VOCÊ pode salvar a Amazônia!
Exploração madeireira
seletiva & degradação
(Fonte: Greenpeace )
A exploração madeireira seletiva é um importante agente de
degradação florestal. É bem documentado que a extração
seletiva de árvores de mogno na floresta amazônica primária
foi um grande impulsionador do início do processo de
fragmentação da floresta até o comércio dessa espécie ser
estritamente controlado em 2003 pela CITES, o que reduziu
substancialmente a escala do problema.
A exploração madeireira de mogno também foi o primeiro
passo em um processo de colonização envolvendo agricultura
e queimadas. Colonos avançaram ao longo de uma estrada
construída por empresas, desmatando áreas abertas pelos
madeireiros e convertendo-as em lavouras e pecuária. O
assentamento agrícola ao longo de estradas leva à degradação
e, finalmente, ao desaparecimento da floresta nativa restante.
Mesmo que o comércio de mogno tenha sido controlado,
a extração seletiva de madeira continua a ser um enorme
problema na Amazônia, com consequências semelhantes.
Se não for controlada, a degradação da floresta acabará
por levar ao desaparecimento de áreas inteiras de floresta.
Um dos principais impulsionadores da degradação, hoje,
é a demanda por espécies de alto valor, tais como o "ipê".
Ipê – o novo mogno
O grupo de espécies conhecidas como ipê (Handroanthus spp.13)
tem sido considerado como o “novo mogno” por serem madeiras
altamente procuradas e valorizadas no mercado, além de estarem
sendo coletadas de forma muito semelhante14. Uma árvore grande
de ipê apresenta flores cor-de-rosa, roxas, amarelas ou brancas
brilhantes em setembro – distinguindo-se do resto das outras
árvores da época. É uma madeira valiosa e conhecida por sua
durabilidade, força e resistência natural ao envelhecer.
O ipê cresce na Amazônia em uma área de dispersão,
aparecendo, em média, uma árvore a cada dez hectares15.
Isto significa que grandes áreas de floresta precisam ser
abertas para acessar esta espécie valiosa.
Ironicamente, o ipê é sobretudo conhecido por ser uma árvore
plantada em diversas cidades brasileiras. É considerada a
“espécie típica do Brasil”, e parte integrante da história indígena
como a madeira usada para a fabricação de arcos e flechas.
A casca do ipê também é conhecida por suas propriedades
medicinais pelas indústrias farmacêuticas e pela medicina
tradicional, além de ser usada como remédio para úlceras, câncer
e artrite, entre outras doenças16.
A madeira do ipê tem sido considerada a melhor opção
para a produção de pavimentos comerciais e residenciais,
frequentemente dada como uma alternativa “verde”, pois não
requer tratamento com produtos químicos tóxicos. No mercado
do “faça você mesmo” (“do it yourself”), o ipê – também
conhecido como noz brasileira ou lapacho – é vendido como
deques e pisos. Nos Estados Unidos, é usado por muitos píeres
icônicos e calçadões em lugares como Nova Jersey, Califórnia e
Nova Iorque (incluindo a Ponte do Brooklyn). Na Europa, ele tem
sido usado como pavimentos em edifícios importantes, incluindo
o World Trade Center em Genebra e a Biblioteca Nacional de Paris
(Bibliothèque François Mitterrand). No Brasil, o ipê é encontrado
em muitas cidades e recentemente foi usado como piso na
Biblioteca Presidencial do Palácio do Planalto.
Mesmo deixando de lado o impacto da exploração madeireira
ilegal, espécies de ipê estão em sério risco de sobre-exploração.
As empresas madeireiras têm permissão para derrubarem 90%
das espécies de tamanho comercial já adulto, com um segundo
corte permitida após 35 anos. No entanto, estima-se que, depois
de uma derrubada inicial de 90% das espécies, levaria pelo menos
60 anos para uma única espécie (Handroanthus impetiginosus)
recuperar os volumes comerciais nos níveis da pré-colheita.
O ipê é hoje a madeira tropical brasileira mais valiosa, e está entre
as mais caras no mundo. Enquanto os volumes de ipê colhidos
e exportados diminuíram nos últimos anos, o preço continua a
aumentar – o que tem direcionado os madeireiros cada vez mais
para dentro da floresta em busca dela.
Esta prática madeireira ilegal ocorre por falta de governança
em áreas públicas, terras indígenas e outras áreas protegidas;
falta de capacidade de controle e execução pelas autoridades
locais; alta demanda por madeira, incluindo espécies de alto
valor; compensação ilegal de madeira ilegal; uso indevido
de inventários dos planos de manejo florestal e a “lavagem”
da madeira ilegal através de documentos autênticos –
nomeadamente através da criação de créditos virtuais de manejo
florestal aprovados, mas de planos florestais não controlados.
O sistema de controle do setor de madeira brasileira na Amazônia
é fraco e facilmente explorável. Estudos têm demonstrado
grandes discrepâncias entre as áreas autorizadas e aquelas
efetivamente exploradas27. O sistema de licenciamento e controle
dos planos de gestão florestal oficiais em âmbito nacional é
estruturalmente falho, levando ao crime sistêmico no setor de
registro. Grandes quantidades de madeira ilegal entram em
mercados nacionais e internacionais de madeira após serem
lavadas, apesar do uso de “documentos oficiais”. Os madeireiros
são capazes de fabricar documentos de autorização legal para
lavar madeira ilegalmente.
De acordo com o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis), a agência ambiental federal
responsável pelo monitoramento, fiscalização e controle das
atividades florestais, somente nos Estados do Maranhão e
Pará, quase 500 mil m³ de madeira serrada apresentaram
documentos fraudulentos em 2013 – o suficiente para carregar
14 mil caminhões.
Dada a magnitude da fraude e corrupção, não há dúvida alguma
que documentos administrativos emitidos no Brasil para
certificação da legalidade da madeira são totalmente ineficientes
e não podem ser considerados como evidência de legalidade.
VOCÊ PODE MUDAR ESTA REALIDADE!
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